De “Chinela no pé, um ar de ralé, um jeito de andar/ Se a Júlia passava, Lisboa parava para a ouvir cantar” são duas das estrofes da letra do fado de Ferrer Trindade e Joaquim Tavares Pimentel, que retrata a personalidade de Júlia Florista, nascida Júlia de Oliveira no Hospital de S. José, em Lisboa, em 1883. Foi uma das figuras mais populares da história do fado, cantando, de forma espontânea e não remunerada nas ruas da cidade, em tabernas e também em casas aristocráticas. Um dos locais onde se deslocava habitualmente para vender flores, era à Praça de Touros do Campo Pequeno, e era aí que mantinha contacto com alguns nomes da aristocracia portuguesa. O vinho, esse, é uma homenagem aos amantes das boas histórias das gentes de Lisboa, que gostam da tradição do fado e da vida boémia noturna da cidade, algo que vale sempre a pena viver.